sexta-feira, 1 de maio de 2009

Die Dauerhaftigkeit 5

ReviewReviewReviewReviewReviewPrimeira Noite de Talentos do Hospital Bom JesusDec 3, '07 12:21 AM
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Category:Other
Fantástica a iniciativa das irmãs da Congregação das Servas de Maria Imaculada, que dirigem o Hospital Bom Jesus, em Ponta Grossa – PR, em fornecer espaço e divulgação para novos talentos locais nas áreas de poesia, música, teatro e dança.

Dizia o escritor norte-americano Richard Bach que não é da natureza humana querer saber se o pipoqueiro é o maior poeta de sua geração, mas minha alma se rebela contra esta verdade cínica frente a exemplos miraculosos de como a realidade pode ser outra. Exemplos como o dessa noite, 23 de novembro de 2007.

Como jurado que fui, após convite especialíssimo de Irmã Maurícia, só posso dizer que me foram muito caras e especiais as horas que passei naquela excelente companhia artística.

Destaques para os campeões gerais, o grupo Zoriah (folclore ucraino) e o Grupo de Dança Gaúcha, o menino Matheus que declamou com desenvoltura (2º lugar), e o extraordinário grupo Deus em Voz (3º lugar e meu favorito).

Parabéns ainda ao violonista Edgar, a cantora Paola e a dupla João Ferreira e Terezinha.



ReviewReviewReviewReviewReview"Heroes" de Tim KringSep 23, '07 11:04 PM
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Category:Movies
Genre: Science Fiction & Fantasy
Apesar de todo o entusiasmo mundial - sem contar a ansiedade da Mônica aqui - não esperava muita coisa de uma série que patinava em clichês reciclados como mutantes e fim-do-mundo.
Coisa que o insosso primeiro capítulo só veio corroborar. Por isso assisti a uns episódios esparsos nas primeiras semanas e só.
Pelo menos até agora, quando devoramos os seis DVDs da caixa brasileira, não com a calma que queríamos mas com mais tempo que supúnhamos, minutos e horas surrupiados da madrugada.
Então engatei na trama intrigante e bem urdida, que abusa de personagens carismáticos e dosa bem terror e comédia, admirando a leveza com que a história se desenrola, sem perder de vista o épico.
Belo, mas nada demais.
O final, então (não vou contar, imagina!) parece apressado e meio "chutado".
Mas é só assistir ao episódio 20, passado em alternativos "5 anos no futuro" para vermos que o "roteiro chiclete"só chega lá porque recheado de intra-referências e contra-informação, numa teia-armadilha que permite níveis mais altos de interpretação cultural.
Que Hiro seja o Musashi dos anos 2000.


Category:Movies
Genre: Drama
Interessante assistir nesta ordem aos dois excelentes (e mais recentes) filmes dirigidos pelo velho (e bom) Clint Eastwood. Até porque é a ordem em que eles foram pensados e - em grande parte - realizados, deixando o melhor desafio para aqueles mais detalhistas: unir as (poucas) pontas soltas entre os dois.
Ao rever um dos episódios mais dramáticos da História humana, a opção por realizar dois filmes independentes, em vez de tentar montar e editar um "super-épico" sobre os 35 dias de batalha na ilha rochosa de grande significado estratégico naquele momento da Guerra do Pacífico, parece acertada. Ambos os filmes saem-se mais coesos assim, em sua simplicidade narrativa, apesar de "Flags" - que era para ser a obra principal, inicialmente - quase conseguir embolar o meio de campo com roteiro e edição confusos.
Um (ou dois) belos exemplos da vitalidade do Estranho Sem Nome, exercícios virtuosos de estilo ou profunda crítica política, os filmes merecem uma olhadinha.

ReviewReviewReviewReviewReviewDIE DAUERHAFTGKEITJun 22, '07 11:05 AM
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Category:Other
DIE DAUERHAFTGKEIT (do alemão): substantivo neutro: durabilidade, existência, perdurabilidade, permanência, qualidade do que é sólido e substancial, estabilidade, bravura.

ReviewReviewReviewReviewMestre JonasMay 20, '07 8:50 PM
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Category:Restaurants
Cuisine: Seafood
Location:Rua Balduíno Taques, 520 - Ponta Grossa - PR
O Restaurante Mestre Jonas é uma grata surpresa para todos os que gostam de frutos do mar, em especial a aqueles que, saindo da beira do mar em direção ao interior, "sofrem" a falta de opções de qualidade nesta seara culinária.
Localizado em ponto nostálgico da cidade - a casa rústica onde funcionou um dia o saudoso "Espalhafato", palco ícone da música princesina nos anos 80 - o "Mestre Jonas" ofereceu no último domingo, um agradável buffet em homenagem ao dia das Mães. Estivemos lá e experimentamos delícias como o cherne e o salmão assados, o camarão no bafo e uma divina salada de mariscos.
Só não dou cinco estrelas porque foi o primeiro buffet da casa, que atende no sistema a la carte, e, como todo buffet, nunca é perfeito. Mas voltaremos com certeza, em busca da maresia.


ReviewReviewReviewReviewReview"Numb3rs"May 13, '07 4:57 PM
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Category:Movies
Genre: Action & Adventure
"Numb3rs" é uma surpresa em vários sentidos, desde seu mote inicial (o uso da matemática como ferramenta de entendimento do universo) até os finais eletrizantes a la "24" (sem trocadilhos numéricos, por favor), passando por tramas detetivescas da melhor espécie. A timidez da primeira temporada foi substituída por mergulhos maiores na alma dos personagens, o que permitiu adicionar-se à lista acima, pelo menos quatro interpretações magistrais.
Rob Morrow é o solteirão Don Eppes, decano agente do FBI que se vê às voltas com a ajuda sempre precisa do geniozinho da família, o Doutor em Matemática Charles Eppes (David Krumholz). Como muitas crianças especiais, Charles “pulou” anos de escola, entrou para a faculdade aos treze anos de idade e consagrou-se com um novo teorema que ficou famosos com seu nome – só esquecendo de “crescer”.
A chance de trabalhar com o FBI para ajudar o irmão, tema do primeiro episódio, logo cai por terra quando Don descobre que o irmão já possuía, desde o início, um nível de acesso maior que o dele próprio, obtido através de seguidos trabalhos desenvolvidos por Charles para a super-poderosa NSA. Ao longo das duas temporadas já exibidas nos EUA, porém, os irmãos retomam a convivência, salvam vidas e resolvem pequenos probleminhas escondidos em seu passado comum, tornando-se imprescindíveis um ao outro. Para deleite do pai, o veterano ator Judd Hirsch. Outro que brilha é o eterno coadjuvante (de luxo) Peter MacNicol (de “Ally Macbeal”, no ar como o assistente do Presidente Wayne Palmer em “24”), numa performance inesquecível como o Professor com quem Charles discute a Vida sob a ótica das mais mirabolantes metáforas de inspiração científica.
Produzida pela Scott Free Productions, dos irmãos Ridley & Tony Scott, “Numb3rs” é diversão de primeira linha, com inteligência, coisa rara mesmo em tempos de renovação na TV americana.
Numb3rs


Review24 Horas (24) - Season 6, Episode 1Apr 9, '07 6:25 PM
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Category:Other
Pois é, de que vale o canal Fox fazer uma pré-estréia de gala do seriado, em pleno domingo à noite, se não dá para assistir?
Imperdoável o erro cometido pela emissora, que "mesclou" um bloco todo de outro filme logo no começo do episódio e, quando voltou, foi como se nada tivesse acontecido, fazendo-nos perder boa parte da história. Até desisti de assistir. Ainda bem que amanhã tem reprise... espero que o pessoal da técnica não durma da próxima vez...


ReviewReviewReviewReviewReview"Meaning" - House MD 3rd. Season Chapter 1Mar 16, '07 1:30 AM
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Category:Other
Quase não comentei sobre a segunda temporada de House MD, que assisti previamente à veiculação pelo Universal Channel (Sky, NET, Globosat) - mas não oi porque não gostei não. House é um vício, e como tal às vezes fica difícil manter o necessário distanciamento crítico.

(Rimou?)

Depois do final insólito daquela temporada fiquei meio no ar, sem entender direito as verdadeiras intenções do(s) roteirista(s). Que acabariam magistralmente explicitadas no capítulo que foi ao ar no Brasil ontem à noite. E se Greg House não é mais o mesmo, viva House! O plot é mesmo este House diferente, numa tentativa desastrada de ser mais "humano" que esconde discussão mais séria: até onde levar-se os esforços para "salvar" uma vida. Com leveza e inteligência, os personagens animam o debate com argumentos científicos, emoções à flor da pele e desconfiança mútua.

Dr. House está até mais gordinho e saudável, pelo menos de corpo, pois a mente logo descamba para as "viagens" rotineiras. Eu disse rotineiras? Nããão, esta história pode ser tudo, menos rotineira. Afinal quem já viu Cuddy e Wilson passando a perna no cara???

Ideal mesmo para quem não entendeu ainda a diferença entre eutanásia, mistanásia e ortotanásia, o início da terceira temporada promete. Eu mesmo desisti de ser apressadinho e assistir antes. Vou é curtir a espera de cada semana. Afinals, "it is a TV show, huh?"


Category:Books
Genre: Biographies & Memoirs
Author:Legs McNeil & Gillian McCain
Publicado lá fora em 1996, depois aqui em 1997, e finalmente em formato de bolso no inverno passado pela L&PM Pocket, o livro me surpreendeu por trazer bem mais que o prometido. Não se trata "apenas" de uma "história sem censura do punk", mas de verdadeira antologia do rock underground, cobrindo desde insuspeitas raízes do estilo nos anos 60 até a dissolução (e diluição) do erroneamente chamado um dia de "movimento" nos anos 80, passando, é claro, por sua descoberta e apogeu na NY dos anos 70.

O livro detona vários mitos ao mesmo tempo em que dá uma polida em tantos outros. Sim, Lou Reed teve mesmo um caso com um travesti, mas não, Andy Warhol quase não comia (nem era comido por) ninguém. Sim Iggy e Bowie se aproximaram nos anos 70, mas foi o primeiro que salvou a carreira do último, incentivando-o (ainda que involuntariamente) a se tornar o "camaleão" e a sacudir a poeira de uma crise criativa. Patti Smith tinha a barriga cheia de estrias por conta de sua primeira gravidez, mas era "pegadora" como ninguém. Alguns dos Ramones eram "michês", mesmo, e passaram os anos de maior sucesso sem se falar, convivendo apenas nos palcos e estúdios. É, a mãezinha da Liv Tyler era mesmo a maior groupie da época. Sid Vicious não matou Nancy Spungen, ou pelo menos não há provas. malcolm McLaren não inventou nada, afinal aprendeu tudo quando foi empresário dos New York Dolls. Por fim, não, o ícone maior daquela época, para quem o conheceu, não foi nenhum desses aí acima, mas Richard Hell (Neon Boys, Heartbreakers), emulado por um desenho na capa da edição brasileira com o visual que se tornaria o arquétipo da imagem punk.

O "jeitão" fluido e coloquial do texto, baseado em extensíssima pesquisa em arquivos pessoais de Legs (o cara que deu nome ao punk, ao batizar assim a revista que foi antena do "movimento"), da própria revista "PUNK" e um sem número de outras fontes, torna possível lê-lo todocomo um romance, ou cada capítulo em separado como a polaroide de um determinado momento. Hilário, doce e amargo a um só tempo, o livro coloca seus personagens - todos de carne e osso, ou drogas e álcool, ou sexo e dissipação, como queira - frente a frente o tempo todo. E nisso reside a graça de sua leitura: um texto sem meias palavras que desnuda a todos, inclusive nós que o lemos, ao colocar em xeque todos os nossos preconceitos. Punk, bicho.

FRASE: "Da noite pro dia o punk tinha se tornado tão estúpido quanto tudo o mais." (Legs)

Leia a entrevista de Legs McNeil em
Resident Punk


ReviewReviewReviewReviewReviewDamien Rice e os mágicos númerosFeb 2, '07 7:36 PM
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Category:Music
Genre: Alternative Rock
Artist:Damien Rice, The Magic Numbers
É raro o momento nesta vidinha internética em que o lançamento de um disco (no sentido de coletânea de canções, não mais mero suporte material das música, o todo pela parte) nos faz levantar o traseiro e encomendar pelo computador. Até isso dá preguiça, e acabamos baixando os singles, um clipe ou outro, e olha lá.
Damien Rice e The Magic Numbers, em seus novos trabalhos, fazem valer a ida ao escritório. O primeiro com uma colagem bem urdida de folk, rock (é, isso mesmo, rock!) e derramamento de lágrimas emplaca talvez uma antecipada canção para a década - "Elephant", doloroso lamento pelo amor perdido, outrora apresentada nos shows como uma continuação para "The Blower's Daughter", nome de seu maior sucesso, parte da trilha sonora de "Closer" - talvez o filme da década que celebrou seus "losers". "Dogs" é a balada do disco, um som meio Corinne Rae, ideal para um domingo de manhã. Em "Me, my yoke and I" o transe remete a Bono e Doors. Um belo seguir de carreira.
Já os pares de irmãos de "The Magic Numbers" opta pelas veredas do sentimento e da alegria. "This Is a Song" abre o disco revelando o clima meio caixinha de música que permeia a obra. Mas cajita de música elástica, que acomoda do timbre das harmônicas aos fraseados punk-new wave do 'contrabaixo elétrico" de Michelle, irmã de Romeo, o vocalista. "You never had it" emula o rock britânico dos anos oitenta, "Take a chance" leva você para o ginásio e estamos s´[o na terceira faixa. Quando as meninas (Michelle e Angela Gannon) tomam a frente, os vocais de fundo de Romeo mostram que o TMN mudou, para melhor. "Undecided" poderia ter sido gravada pela Joss Stone: é um barato funk -soul de primeira linha que empolga e adoça.
O pecado que une os discos? Um pouco de doçura demais... As cordas (e não mais violino e violoncelo solos, como na estréia) no álbum de Rice soam excessivas, num movimento subjoãogilbertiano. Já os "uh, uh!" e "ah, ahs!" dos Magic Numbers por vezes enjoam um pouco. Mas são dois belos discos, suficientes para alavancar a acarreira e trazer-nos canções.

Leia mais em

The Magic Numbers (2004)
Closer (by Mike Nichols)
Closer? Ou será "O"?

Ouça "The Blower's Daughter II" em
Damien Rice Live at Vicar Street 15th january 2005


ReviewReviewReviewAlemães do Volga no PugasJan 10, '07 3:52 PM
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Category:Books
Genre: Biographies & Memoirs
Author:Arnoldo Monteiro Bach
Através de seu texto conciso e pitoresco, Arnoldo Bach traça um painel abrangente das personagens que fizeram a história dos “Alemães do Volga” no município de Palmeira, Paraná.
Sem jamais cair no sentimentalismo, Arnoldo faz de relatos históricos – que situam a chegada dos primeiros imigrantes em setembro-novembro de 1877 – e narrativas familiares – em especial da Família Bach – o estofo de uma obra simples e bela, que toca fundo não só aqueles que tiveram o privilégio de conviver com um ou outro dos retratados.
Já em sua Segunda Edição, o livro é sucesso nos Campos Geraes do Paraná, onde o autor é Membro da Academia de Letras de Ponta Grossa.


Category:Books
Genre: Biographies & Memoirs
Author:John Grogan
Por esta hora você já deve ter ouvido falar do "livro do verão", sucesso no Brasil como o foi nos EUA e boa parte do mundo: "Marley & Eu - A vida e o amor do pior cão do mundo", do jornalista americano John Grogan. Talvez até já conheça parte da sua história - uma biografia do desastrado labrador da família em seus longos e gloriosos 13 anos de vida. Ou sua gênese: o sucesso das histórias sobre Marley que Grogan publicava em sua coluna em um jornal tradicional da Pensilvânia.
A "IstoÉ" da semana meteu-lhe a pecha de "sentimentalóide e apelativo", ou coisa que o valha. Mas a minha impressão é que Grogan acertou na mosca. Ou pelo menos no coração de qualquer um que já tenha tido - e amado - um animal de estimação.
Depois de um início promissor, o livro se perde um pouco na banalidade descritiva das diabruras do enorme "cãozinho", mas retoma o ritmo no terço final, que é quando a identificação e a empatia se tornam realmente inevitáveis para a maioria de nós.
Aqui em casa temos a It, cachorra velhinha e já meio maluquinha depois de quatorze anos de uma vida digna de rainha, primeiro no apartamento onde minha esposa vivia com sua mãe nos tempos de solteira, depois uns anos com minha sogra e agora, finalmente, livre e solta pela casa para a qual nos mudamos aqui no interior. Os problemas de saúde que ela e Marley compartilham, os fios brancos que tomam conta devagar da outrora bela e negra pelagem de It, as dificuldades com escadas e degraus - à parte o desejo insano de comer qualquer coisa que lhe passe na frente, de charque ainda salgado a guimbas de cigarro, passando por enfeites de Natal, sacos plásticos e outros mimos, são muito similares. Também a fidelidade e a devoção.
Impossível não se comover com este tipo de amor que os animais nos despertam, descrito por Milan Kundera em seu clássico "A Insustentável Leveza do Ser" como maior mesmo que o amor que podemos devotar a outro ser humano, porque incondicional. Impossível não descrevê-lo em um tom emocionado e sentimental, afetados profundamente que somos pelo ciclo de vida - e morte - que assistimos meio distraídos acontecer debaixo de nossos olhos, vivendo ano após outro enquanto eles (os cachorros), vivem, em tese sete anos humanos em um.
Só não dou cinco estrelas na cotação pelo embaraço de ter chorado tanto durante a leitura dos últimos três ou quatro capítulos. Realmente, poucas histórias humanas seriam tão tocantes.


ReviewReviewReviewReviewReview"12 segundos de oscuridad", 2006Dec 2, '06 12:40 PM
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Category:Music
Genre: Latin Music
Artist:Jorge Drexler
"Conheci" o hermano Jorge Drexler através do Paulinho Moska - salv engano, o primeiro a gravar sua obra no Brasil. "A Idade do Céu", do disco "...Falso..." e depois a belíssima "Blanco y Negro", do disco "Tudo Novo de Novo" agiram como introdução à obra do uruguaio, depois melhor conhecida atrvés de "Frontera" e "Eco", dois de seus melhores discos.
Cada vez mais "brasileiro", JD retorna com este "12 segundos...", nome também da envolvente canção que abre o disco - parceria com o gaúcho Vitor Ramil. São doze também as canções - um tanto menos diretas e "acessíveis" que as canções de "Eco", seu antecessor - que se dignificam, expandem e "grudam" na memória, cada vez mais a cada nova audição. Há a pouco usual "Disneylandia", perversão do rock pesado dos Titãs que antecipou a globalização; "Quien quiera que seas", com o citado Moska e a doce "Soledad", com Maria Rita. Mas o disco todo é bom, de cabo a rabo; poeticamente, é um passo adiante de "Eco"; musical e harmonicamente, bem menos óbvio - talvez pela onipresença de outro hermano, o argentino Kevin Johansen.
Paira cima de tudo, quiçá acima do bem e do mal, a voz angelical de JD, verdadeiro tesouro que justifica todo o hype acerca do rapaz.

Leia mais sobre JD no primeiro review publicado nesta página
Eco


ReviewReviewReviewReviewReview"Dirty War", Daniel Percival, 2004Dec 2, '06 11:36 AM
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Category:Movies
Genre: Drama
Dizem que os americanos é que gostam de destruir suas cidades no território da ficção, basta ver quantas vezes New York foi alvo de atentados e catástrofes naturais ao longo da história do cinema. Segundo alguns, está aí a clara inspiração para os atentados da Al-Qaeda em 9/11.
Agora foi a vez de Londres, contudo, nesta excelente obra para TV que narra a luta (e o despreparo) das equipes de contra-terrorismo britânicas para deter um possível ataque à cidade com bombas "sujas" (armamento convencional "enevenenado" com resíduos radioativos).
Nota dez! Além de mostrar como é "fácil" realizar-se um atentado deste porte (e sua contrapartida, a imensa dificuldade para investigá-lo e detê-lo, na contramão dos "24" da vida), o filme ainda lança luzes a quem dse pergunta como os americanos não conseguiram evitar o 11 de setembro. Programa imperdível na grade da HBO.


ReviewReviewReviewReviewReview"Por Um Fio" (Companhia das Letras, 2004)Nov 24, '06 2:28 PM
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Category:Books
Genre: Other
Author:Drauzio Varella
Mônica queria escrever um livro a respeito das histórias que ouvimos ou presenciamos ao longo dos anos de atividade médica, especialmente as relacionadas aos nossos pacientezinhos com câncer.
É porque são tantas as histórias, às vezes tristes, às vezes engraçadas, na maioria das vezes comoventes, que são como tesouros que a gente vai acumulando para nossas próprias vidas.
Por isso emocionei-me tanto com o livro do Dr. Drauzio Varella, nosso “Dr. Fantástico”, cujo carisma e fluência tanto sucesso têm feito nos últimos anos através de programas na tevê, livros e até filme. Comuniquei a Mônica que nosso livro já tinha sido escrito, então, na forma de pungentes, sinceros e corretíssimos relatos em “Por Um Fio”.
Não ficamos tristes, até porque o Varella explica, na introdução, que durante muitos anos não se sentiu apto a colocar no papel tantos “causos”, preferia esperar a idade e maturidade para escrevê-los – sentimento compartilhado por nós.
Seria um presente termos um dia verve e capacidade semelhantes aos do doutor para contar nossas histórias, pois Drauzio Varella não faz sucesso por acaso: é exemplar de uma espécie em extinção, a de médicos que não são só técnicos, mas pessoas de integridade, amor à profissão, cultura e capacidade de raciocínio invejáveis. Não o invejamos, aplaudimos de pé.


ReviewReviewReviewReviewReview"A Noite"Nov 9, '06 9:00 PM
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Category:Books
Genre: Biographies & Memoirs
Author:Elie Wiesel
Recentemente este clássico do Prêmio Nobel Elie Wiesel foi "redescoberto" pela América, o que motivou sua republicação por estas bandas. Na esteira do sucesso, Oprah Winfrey lançou um concurso de resenhas sobre o livro. Não acompanhei até o final, mas tempos depois de ver a Mônica encantada com o texto, resolvi lê-lo também - coisa que fiz em uma sentada. Escrito de maneira direta, clara, límpida e sem traços de pieguice ou autocomiseração, o livro emociona não pela crueza, mas pela grandeza. A história do garoto judeu que, em sua peregrinação da vida normal ao gueto, e depois aos campos de concentração, perde primeiro seus familiares, depois a fé e por fim qualquer traço que o faça reconhecer a si próprio como um ser humano é uma obra perfeita. Sua qualidade do ponto de vista estilístico, de construção de personagens e resolução de enredo - em que pese tratar-se de uma história real, escrita em primeira pessoa - o coloca facilmente na condição de melhor obra já escrita sobre o Holocausto.Imperdível.


ReviewReviewReviewReviewReviewBotequim da Antarctica OriginalOct 3, '06 7:28 PM
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Category:Restaurants
Cuisine: Other
Location:Ponta Grossa, Paraná
É no alto da Rua XV de Novembro, em Ponta Grossa, que está localizada a última lembrança de que a melhor cerveja do Brasil nasceu na minha terra: o "Botequim da Antarctica Original".
Inventada e produzida pela Cervejaria Adriática há mais de cem anos, depois pela Antarctica, a Cerveja Original deixou Ponta Grossa quando a antiga fábrica da Avenida Vicente Machado foi fechada. Hoje é produzida em algumas outras cidades privilegiadas, sempre com excelente água, e é um sucesso nacional.
Em Ponta Grossa os saudosistas, bem como os amantes de um bom botequim, que faça jus ao nome, já tem onde "bebemorar". Decoração simples e certeira, boa música e excelente chopp (da Brahma, por ironia) fazem deste o melhor bar da cidade.


ReviewReviewReviewReviewJoana a ContragostoSep 12, '06 6:36 PM
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Category:Books
Genre: Literature & Fiction
Author:Marcelo Mirisola
Conheci Marcelo Mirisola (doravante denominado por sua alcunha auto-infligida, “MM”, que o põe na companhia privilegiada de ícones como os homônimos chocolatinhos e Marisa Monte) num programa do STV, anos atrás. Encantei-me de cara com o discurso do desconhecido gordinho, um boquirroto com grande óculos fora-de-moda a emoldurar-lhe o rosto.

“Eu sou um escritor profissional. Eu não escrevo porque gosto, só, mas porque escolhi esta profissão, levo a sério. Acordo cedo, passeio meu cachorro, e vou pro meu escritório. Trabalho o dia todo, às vezes, para esmiuçar uma página. Mas só largo de noite. Por que não mereço receber por isso? Eu tenho direito a uma casa legal, um carro bacana, eu ao sou vagabundo, sou um profissional...”, vociferava o rapaz, gentil e educadamente pondo os pingos nos is daquela velha discussão sobre a Arte.

“Não sei mais o que fazer para vender livros. A crítica curte, fala bem, mas o povo não lê. Me falaram: bota mais sexo, eu botei. Tá cheio de sacanagem lá. Leiam meus livros...”, dizia, no mesmo tom sarcástico com que punha conselhos á uma mulher traída na boca de um personagem de “O Herói Devolvido” (Editora 34, 2000): ué, se ele te traiu, “pede um Honda Civic”, que desquite que nada!

Depois de mais alguns livros de contos, já autor “consagrado” (ou maldito?) e cronista conhecido e controverso, MM investe pesado na emoção. Emoção gauche, com o devido distanciamento (estranhamento?) crítico, mas ainda assim emoção. Seu caso de amor com Joana (“Joana a Contragosto, Editora Record, 2005) envolve o leitor da primeira à última página com sua bem humorada e nada auto-indulgente narração de uma ”ficada” que poderia virar amor. Acaba virando “só” mais um livro.

Por trás da aparente simplicidade da obra, esconde-se um autor maduro, que realiza uma aposta arriscada: o romance confessional, céu e inferno da nova geração de escritores brasileiros. Haja confissão, no entanto, para encher quase duzentas páginas. Não que o livro seja ruim - talvez seja o mais “redondinho” do outrora rotundo escrevinhador – nem que lhe faltem qualidades, apenas um pouquinho mais de vida. Mas é justamente no encontro da imaturidade dos personagens (o narrador incluído) que MM logra obter densidade e emoção. Seu relato é uma síntese entrópica, confusa como o pensamento dos apaixonados; descrição exemplar dos meandros pelos quais o “amor” é inventado pelos carentes da cidade grande, ou seja, qualquer um de nós.

Seus cacoetes, porém, já um tanto domados, estão todos lá: a vontade de “chocar” através dos palavrões onipresentes, das cruas descrições das cenas de sexo, do humor satírico. Mas nas entrelinhas observa-se um lirismo insuspeitado no narrador semi-pseudo-autobiográfico, capaz de revirar imagens ao avesso em busca de uma metáfora que lhe explicite os sentimentos.

“Joana a Contragosto” é isso, nem o melhor livro de MM, nem o pior: um passo adiante na literatura de um jovem ficcionista nem tão original quanto persistente. Bom de ler, “esperto” e fluido, não deve nada aos excelentes contos do autor.

Mirisola é isto: um escritor em ascensão, odiado por uns, amado por poucos, certamente menos conhecido do que deveria e superestimado além da conta. Uma voz que, se não é de todo original, busca surpreender a si próprio e ao leitor com sacadas que devem ser fruto, realmente, de muito trabalho. Hehe.

(minhas desculpas ao autor por citar partes de sua entrevista à STV de memória, com todos os riscos que isto inclui)








ReviewReviewReviewReview"Match Point" (Woody Allen, 2005)Sep 5, '06 10:07 PM
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Category:Movies
Genre: Drama
Supervalorizado, o longa que a imprensa coroou como o melhor de Allen nos últimos anos, não rendeu as polêmicas que se poderia esperar dele. Pelo contrário, o filme afunda em uma perspectiva tacanha da realidade que poderia ser execrada. Só não o foi porque o filme tem o poder de dar vida a um personagem hediondo, extremamente bem interpretado e dirigido. La Johansson é bela, e basta. Sua pantomima de grávida rende boas risadas, quiçá de amargura.
Toma 4 estrelas pelo elenco e pelo roteiro afiado de Allen, um exercicio de "desumbiguização" surpreendente para um setentão.


ReviewReviewReviewReviewSleeping BeautiesMay 21, '06 12:21 AM
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Category:Movies
Genre: Documentary
Ótimo o documentário que está passando no Nat Geo a respeito não só de Santa Bernadette Soubirous, mas também sobre outros tantos Santo da Igreja considerados "incorruptíveis".
Quando travei pela primeira vez contato com certas estórias da Europa Católica fiquei muito impressionado com relatos de Santos que foram à tumba e depois exumados, surpreeendendo a todos por seu perfeito estado de conservação. A maioria deles se encontra na Itália, embora haja alguns na França e Alemanha. Nunca tinha ouvido falar neles até então e me surpreendi com a pouca divulgação do assunto pela imprensa.
Li há algum tempo atrás um livro sobre "múmias" antigas e "modernas" (quando lembrar o nome eu conto), que tinha um capítulo sobre o assunto, restrito quase que tão somente a aqueles casos onde a Ciência havia comprovado alguma espécie de embalsamamento.
Já o programa do National Geographic, em que pese o pouco espaço dado aos defensores desses eventos como milagres, é bastante didático e imparcial em seus estudos sobre a própria Bernadette (o mais incrível exemplar de uma figura humana que a morte não decompôs), San Luigi Orione, Santa Zita, Santa Rita de Cássia e outros. Mostra o que a Ciência já conseguiu explicar e o que não tem explicação, deixando margem aos que têm fé escolherem sua própria interpretação.

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